Você mente
bem. Mente muito bem. Mas mente tão bem que parece que é verdade. Certa noite
ouvi da sua boca a frase que dizia - não
é amor. Eu que tenho o sangue pulsante nas veias me senti com tal apontamento
alvo de uma caça. Você foi a caçadora, mas nas suas palavras eu que te faço
sangrar.
Ah, amor, pra
mim é amor. Desculpa, mas é. Mesmo na noite em que nossos corpos se tocaram com direito à trilha sonora, e que segundo você, eu senti como se fosse apenas sexo, pra mim foi
amor. E sabe por que foi? Porque pra mim não importa a forma como você se
insere na minha poesia, se é pelo tato ou pelo afeto. No fim, me entregar a
você é o que eu preciso.
Mas você tem
razão sobre a incerteza que paira no amanhã. Eu não sou capaz de traçar nossos
destinos, nem de dizer se seremos amantes quando o sol se pôr. Às vezes uma
frase mal interpretada, um beijo amargo ou o excesso de apatia faz com que o
café esfrie e transborde até o ralo mais próximo. Quem seremos nós ao
amanhecer?
Eu sei o que
eu quero, entretanto, nem sempre basta. Na receita do amor é fundamental o
ingrediente soma. Então te pergunto, te provoco - você nos vê para além de um
passatempo? Vê nossos corpos como complementos e não como traços da noite?
Ansiosamente, lá dentro de mim, aguardo uma resposta.
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