Dia da mulher
e ele me violenta com suas flores
Só eu sei a
dor daquelas rosas que não passam de espinhos
Bem
escolhidas, tão perfumadas
Ele diz que
se parecem comigo
O problema é
que essa mulher florida só existe na mente dele
Que mente
para si mesmo sobre quem sou
A minha pele
não é branca e os meus olhos não são azuis
Me idealizar
sempre será sua maior frustração
E eu? Quem
sou? Uma guerreira?
Não. Eu sou
aquela que se perdeu na liberdade
Que com um
par de asas tentou voar, mas logo caiu
Que morreu
envenenada de um falso amor
Eu sou a
mulher que apanha
Que sabe o
número da polícia
Que tem medo
da polícia
Que chora
Bárbara Amorim
Nenhum comentário:
Postar um comentário