Olá, tudo bem? Hoje a gente vai falar
sobre um assunto muito sério e que precisa ser debatido. Então, para início de
conversa, eu te pergunto: você sabe o que é "revenge porn"?
Traduzido para "pornografia de vingança", se refere ao
vazamento de fotos e vídeos íntimos sem autorização. O alvo, costuma ser
mulheres e meninas adolescentes, que ao terminarem seus relacionamentos são
ameaçadas pelos seus ex-parceiros. Porém, seja qual for a situação, se trata de
um crime que pode deixar danos psicológicos na
vítima.
Essa forma de extorsão é abordada na
série "Sex Education",
que estreou em meados de janeiro na Netflix. No quinto episódio, além de falar
sobre a rivalidade feminina, trouxe também para o debate a importância da
empatia entre mulheres, afinal, somos ensinadas a sermos inimigas desde sempre.
Mais do que isso, somos ensinadas a colocar a figura masculina como personagem
central nas nossas relações. Assim, criamos uma ideia de que mulheres são
falsas umas com as outras e fazem tudo por homem.
Na série, uma das garotas têm a imagem
da sua vagina compartilhada, e é muito interessante a maneira como o caso é
desenvolvido na trama. Em um primeiro momento, enquanto os alunos tentam
desvendar quem é a dona da foto, essa mesma garota que teve seu corpo exposto,
manifesta um julgamento em relação à aparência do órgão sexual, como se não
fosse dela. Nos desdobramentos, ela assume que a foto é da sua vagina, e
descobre que a responsável pelo compartilhamento foi uma das suas amigas, que
queria puni-la por suas atitudes egocêntricas. A partir daí a série é enfática
ao dizer repetidas vezes que expor partes íntimas de alguém não é nem
de longe uma desculpa aceitável para lidar com qualquer situação.
Contudo, é bem próximo do fim do
episódio que "Sex education" nos deixa uma mensagem bonita sobre a
importância de nos apropriarmos da empatia. Numa
espécie de manifesto para a escola inteira e na frente do diretor, as garotas
gritam coisas como "a vagina é minha" e "eu também
tenho uma vagina", como um modo de mostrar que "não estamos
só", até porque o ocorrido na ficção não é exclusividade da ficção,
mas uma realidade vivida por muitas mulheres, que têm que
lidar com a exposição dos seus corpos e a violação da sua intimidade simplesmente
pelo fato de serem mulheres. Que mais cenas solidárias se repitam, e não
somente em séries, filmes e novelas, mas no ônibus, no metrô, naquela rua
deserta, enfim, na vida real.
Se você já assistiu "Sex education" ou ficou com aquela curiosidade, me conta aí!
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