Quem nunca se sentiu arrastado pela vida que atire a primeira pedra! Eu já, você não? Pare e pense no tanto de vezes que você achou que estava no caminho certo, mas logo teve que voltar metade dele. Ou quando a dúvida te fez refém entre duas escolhas - ou mais - e você teve a sensação de estar entre duas tiras de elástico, empurrado de uma ponta à outra. Pois saiba, isso é ser arrastado.
Nem vou citar os arrastões! Esses a gente deixa pra memória, e ela trabalha como preferir. O que quero dizer em meio a diversas frases metaforizadas, é que não cabemos no estático, na pacata pausa da respiração. Eu, você e provavelmente a moça do outro lado da rua conhecemos o caos como as linhas das nossas mãos. Sabemos que até os mais organizados seres se esbarram com imprevistos e tombam na calçada.
Às vezes os tombos doem. Deixam arranhões. Mas a farmácia, repleta de remédios em suas inúmeras prateleiras não nos deixa frear por muito tempo. Conversamos com sprays e pomadas e logo estamos de pé, prontos pra mais um esbarrão, porque sim, a gente não aprende nunca com as rasteiras que levamos.
Ah, e quando literalmente somos levados pela vida no sentido de que nossas ações já não mais nos pertencem? Sabe? É como se o fogão só acendesse no modo automático, sem termos direito - ou força - para fazermos algo, de fato. Deixamos de ler o manual não pelo cansaço na vista, não só, mas sobretudo, porque fazer algo sem o auxílio da tecnologia, sem a moda dos cliques, parece exaustivo demais. E assim somos arrastados, por fatores externos, por nós mesmos. Mergulhamos sem bote de salvamento.
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