Oiii, tudo bem? Espero que sim! Nos últimos dias a ansiedade decidiu
que deveria vir me visitar com certa frequência. Eu estava agitada, angustiada
e sem foco. Resolvi então fazer algo diferente da rotina de produtividade que
eu estava inserida. Resolvi me permitir assistir um filme qualquer, de
preferência um que não me fizesse pensar tanto. Abri o catálogo da Netflix e
dentro da minha lista encontrei "Ponte aérea", produção
brasileira dirigida por Júlia Rezende e lançada em 2015.
Inspirado no livro Amor
líquido – Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos, de
Zygmunt Bauman, e com ótimas atuações de Caio
Blat e Letícia Colin, a trama foi me prendendo sem eu nem
perceber. Leve, fluido e real, sobre pessoas reais, além de contar
com uma cativante fotografia e cenários não estereotipados de Rio e São Paulo.
Ambos vão além do cartão postal, e amém que a direção entendeu isso.
Pois bem, não espere ver uma história baseada em um conto de
fadas, pois você não vai encontrar. “Ponte áerea” é sobre duas pessoas
que se conhecem pelo atraso de um voo. Devido ao mal tempo, o avião tem que
pousar em Belo Horizonte, fazendo com que os passageiros tenham que ficar em um
hotel. Lá eles se conhecem, mesmo que minimamente, afinal, só trocaram os
nomes, mas nada impede que eles tenham ali um primeiro contato. A química rola
e eles passam então a dividir a ponte aérea.
Ele, do Rio, ela, de São Paulo. Bruno,
o despojado, sem grandes ambições na vida. Amanda, a focada, com o
trabalho em primeiro lugar. Como essa trama poderia dar certo? Simples:
porque é exatamente assim que acontece no mundo real! Nele a imperfeição existe
e o egoísmo também. Nele um pode gostar de pizza de calabresa e o outro
preferir queijo. E aí? O que faz? Desiste? Não! Se encaixa. Se encaixa
no que há de mais belo, sem esconder o que há de mais torto. Faz assim,
como Bruno e Amanda, deixa os universos se cruzarem.
Assim, sem rótulos, eles passam a se ver, mesmo com o
dia-a-dia de um sendo o oposto do outro. Eles querem estar juntos. Ao
longo da narrativa, Bruno e Amanda se transformam, e não sabemos se eles
ficarão juntos ou não, mesmo que a base da história seja o romance. É
sobretudo, um filme contemporâneo, sobre a rotina, o estresse e a ansiedade com
que levamos nossas vidas. Os personagens resultam em uma empatia por parte
de nós, público, por serem verdadeiros e imperfeitos. São bem construídos nesse
ponto, o que gera identificação.
Uma das minhas cenas preferidas é quando os dois se encontram,
novamente, no aeroporto. Bruno pergunta para Amanda por que ela foi atrás dele
outro dia e, ela diz, naturalmente: “Eu não sei até agora se eu fui lá pra dar
um soco a sua cara ou falar pra você que eu te amava”. Gosto dessa cena por ela
expressar um pouco do que é vivenciar uma relação, de fato. Não vai ser
perfeito, não vai ser tudo lindo, e até a
Disney tem entendido isso ao criar princesas menos romantizadas.
No fim, um abraço tão sincero entre Bruno e Amanda deixa claro que
mesmo com todas as diferenças ainda há algo forte que os unem. Eles sorriem,
como se enxergassem ali a possibilidade de um retorno. Depois, cada um
vai para um lado, cada um com seu voo. Fica no ar se a ponte aérea para
esses dois ainda é uma ligação.
E aí, já assistiu "Ponte aérea" ou já viveu uma história
de amor parecida? Me conta!
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