Essa mania de passar por mim
feito trator ainda vai me matar
Como já me mata dia após o outro
só que de forma definitiva
Um dia abrirei os olhos e hei de gritar
Pela vitória de ter dormido
mesmo que às duas da manhã
Pelo vazio de ter acordado
e não saber para onde ir
As amarras de si mesma cansam
Ultrapassam fronteiras que te enforcam
E para quem se permite ser nuvem
essas desmancham
Aos poucos já não toco o céu
Mas sinto o chão tremer
É como um tênis e seu cadarço frouxo
Se desfaz na minha frente
enquanto viro gota
Bárbara Amorim
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