Você quer ir além, mas não sabe onde, então dá voltas em si mesma em busca de algo qualquer. Se mata ora sim e ora também por um pouco de vida. A verdade que você esconde é que busca alegria na poesia triste. E ela te rasga até você ver que a dor alimentada só serve para as suas composições melódicas. A escrita te acompanha na amargura, e só por isso ainda há vida em seu peito.
À noite você se enfeita de festa, se arrisca em outros mundos mentais, mas que não extravasam muito à linha do seu quarto. Você cria universos e ousa somente até a página dois, porque você tem medo. A liberdade te assusta, a prisão você conhece. Mesmo que em segredo sua escolha é sempre a mesma, porque se você corresse um pouco mais, talvez fugisse para muito longe.
Por que você não se afoga em si mesma? Às vezes é necessário ter que chegar o mais próximo da morte para se perceber que é um corpo vivo. Rasgue os papeis, grite bem alto e se permita ser louca em sua essência, porque a normalidade vicia feito droga. Há pessoas que jamais se curam, então fuja do pacato que te imobiliza. Viver é dança do agora, sem receita para passos perfeitamente ensaiados. Pise nos próprios pés, crie calos, só não deixe de dançar.
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