Entretanto, o que quero dizer é que não tenho forças para me expressar através da palavra oral, por isso, faço uso da escrita. Esta que sempre me acompanha, como num casamento, está lá, na alegria e na tristeza, com os olhos delineados ou cravados da chuva que alagou a alma. Hoje lembro de momentos, lugares e pessoas que preencheram instantes importantes da minha vida. Entre muitas memórias, lembro bem da primeira vez que abri a porta de um certo lugar mágico. Lá entendi que família é um grande abraço.
Nesse mesmo lugar, aprendi a comemorar as pequenas vitórias diárias. Lá ficou mais claro que uma conversa encantadora pode ser tudo o que alguém precisa em um dia. Nós podemos sim impactar positivamente na vida do outro. Aprendi também que jujuba e amendoim podem ser belos aperitivos e, que é na pausa pro café, quando temos a oportunidade de encontrar alguém e falar sobre a dose ideal de açúcar ou do caos do transporte urbano, aí é que a gente se encontra de verdade.
Lágrimas e mais lágrimas caem, escrevem mais esse texto do que eu, porque eu sou bem mais uma mente em lembranças. A nostalgia me cobre da cabeça aos pés. A ideia de não me perder mais entre três andares e já no elevador me perguntar: "onde estou?" parece absurda! Mas a certeza da transformação, essa palavra tão presente nesse lugar, também me preenche. Quando nos entregamos ao que acreditamos, transformamos e somos transformados. Então se hoje meu coração se desfaz em pedaços, é porque uma magia azul e muito linda me foi pregada. Não é o fim, mas um início de gratidão.
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